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Grandes Artistas e Medalhistas Brasileiros







Grandes Artistas e Medalhistas Brasileiros

1. Introdução

A história da medalhística brasileira está intimamente ligada a artistas e gravadores que, ao longo dos séculos, contribuíram para a criação de peças que vão além de sua função comemorativa ou oficial, tornando-se verdadeiras expressões de arte. Este capítulo apresenta os principais nomes e suas contribuições para o acervo numismático e cultural do Brasil.

2. A Medalhística como Expressão Artística

A medalha, ao reunir escultura, gravura e design gráfico em uma peça de reduzidas dimensões, exige domínio técnico e criatividade. Os artistas medalhistas brasileiros, desde o período imperial até os dias atuais, desenvolveram estilos próprios, marcando épocas e temas, e eternizando em metal os símbolos e acontecimentos da nação.


3. Artistas Históricos e Referenciais

3.1 Zeferino Ferrez (1797–1851)

Um dos primeiros e mais renomados medalhistas da história do Brasil. Ferrez foi responsável pela confecção de medalhas oficiais durante o Império, incluindo peças comemorativas da aclamação de Dom Pedro I e eventos políticos e religiosos. Sua formação acadêmica e domínio técnico influenciaram toda uma geração de gravadores.

3.2 Carlos Custódio de Azevedo (1815–1877)

Gravador da Casa da Moeda e escultor formado na Academia Imperial de Belas Artes. Produziu medalhas de cunho oficial, como a Pedra Fundamental do Instituto dos Órfãos (1842A02P), e destacou-se pela precisão de relevo e equilíbrio estético. Representou a transição entre o estilo neoclássico de Ferrez e o naturalismo posterior.

3.3 Jules Le Chevrel (1833–1915)

De origem francesa, radicado no Brasil, foi um dos grandes nomes do final do século XIX. Produziu medalhas comemorativas e religiosas, destacando-se pelo realismo e detalhamento técnico. Suas obras refletiam o intercâmbio artístico entre Europa e Brasil no período imperial.

3.4 Francisco José Pinto Carneiro (1830–1890)

Medalhista brasileiro que desenvolveu trabalhos de temática patriótica, como “Para a Glória da República (1889RA01P)”. Introduziu um estilo expressivo e vigoroso, marcado por composições dinâmicas e personagens fortes, antecipando o espírito republicano.


4. A Transição e a Primeira República

4.1 Augusto Girardet (1856–1913)

Medalhista francês que trabalhou no Brasil, autor da medalha do Marechal Deodoro da Fonseca (1889RA02B), símbolo da proclamação da República. Sua técnica refinada e o estilo acadêmico influenciaram os primeiros gravadores republicanos.

4.2 Leopoldo Alves Campos (1897–1970)

Notável por suas obras comemorativas, como a “Centenário de Deodoro” (1927A05P). Atuou em medalhas cívicas e educacionais, preservando o estilo clássico com rigor técnico e clareza de expressão.

4.3 Augusto Malta (1864–1957)

Embora mais conhecido como fotógrafo oficial da cidade do Rio de Janeiro, também se dedicou à medalhística, especialmente em eventos cívicos e comemorativos no início do século XX. Suas peças reforçam o vínculo entre arte visual e registro histórico.


5. Medalhistas do Século XX

5.1 Jorge Soubre (1899–1972)

Autor da medalha do 1º Centenário da Academia Nacional de Medicina (1929A02P). Suas criações destacam-se pelo equilíbrio entre rigor técnico e sensibilidade artística, com composições de alto nível plástico.

5.2 Francisco Marinho (1904–1957)

Criador da medalha “Morte de Alberto Santos Dumont (1932A07B)”, soube unir emoção e técnica em temas de grande valor simbólico. Seu trabalho trouxe movimento e expressividade à medalhística nacional.

5.3 Orlando Monteiro Maia (1910–1985)

Autor da medalha “Herzog–Dutra – Inauguração da Estrada de Ferro” (1948A01B). Sua produção destacou o progresso e o desenvolvimento do país, integrando o design moderno à tradição artesanal.

5.4 Benedito de Araújo Ribeiro (1913–1990)

Responsável pela medalha do 1º Centenário da Escola de Farmácia de Ouro Preto (1939A06B). Sua obra representa o espírito institucional e acadêmico das medalhas da primeira metade do século XX.

5.5 Léo Péracchi (1908–1993)

Escultor e medalhista paulista, produziu peças artísticas e comemorativas marcadas por composições modernas e inovadoras. Teve atuação expressiva em premiações esportivas e cívicas, sendo um dos principais nomes da medalhística moderna brasileira.

5.6 Guido Viaro (1897–1971)

Artista ítalo-brasileiro, além de pintor e escultor, deixou importante produção medalhística com temas históricos e culturais. Suas obras destacam-se pelo valor simbólico e pelo domínio técnico da fundição.

5.7 Ricardo Todde (1943–2015)

Gravador e medalhista que atuou em diversas edições de medalhas oficiais e comemorativas no Brasil, mantendo viva a tradição artesanal do ofício. Seu legado se reflete na formação de novos artistas do setor.


6. Medalhistas Contemporâneos

6.1 Luiz Zanotello

Escultor e artista plástico de atuação recente, participa de projetos de medalhas artísticas e comemorativas, aliando técnicas tradicionais a abordagens modernas. Representa a continuidade da medalhística como forma de arte viva.

6.2 Cleber Corrêa

Medalhista premiado nacionalmente, desenvolve trabalhos personalizados para eventos esportivos, culturais e empresariais, valorizando o design contemporâneo brasileiro e as novas tecnologias de gravação e fundição.


7. Instituições e o Legado da Medalhística

7.1 Sociedade Numismática Brasileira (SNB)

Fundada em 1924, a SNB promoveu o estudo e a valorização da medalha como documento histórico e artístico. Produziu diversas séries comemorativas e incentivou o colecionismo organizado no país.

7.2 Clube da Medalha do Brasil

Criado em 1977, reuniu artistas, colecionadores e instituições para difundir a arte medalhística. Entre suas produções destaca-se a medalha “Sant’Ana, Protetora dos Moedeiros (1977A03P)”, símbolo da devoção e proteção dos gravadores brasileiros.


8. Importância Cultural e Artística

Os medalhistas brasileiros contribuíram para:

  • Preservar a memória de acontecimentos históricos e culturais.
  • Valorizar a arte em suporte metálico.
  • Produzir documentos históricos e peças de colecionismo.
  • Difundir o ofício de gravador e escultor especializado em medalhas.

Cada medalha é, ao mesmo tempo, um registro da técnica e da emoção de seu autor — um fragmento da história moldado em metal.


9. Considerações Finais

Conhecer os artistas que moldaram a medalhística brasileira é essencial para compreender a evolução técnica, estética e simbólica das medalhas no país. Suas obras ultrapassam o valor material, tornando-se registros históricos, objetos artísticos e símbolos da identidade nacional. O conjunto dessas criações forma um patrimônio que une arte, história e memória — a verdadeira alma metálica do Brasil.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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