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Casa da Moeda de Lisboa - Prata (1752–1776)







Introdução

A série "Casa da Moeda de Lisboa - Prata" refere-se a moedas de prata cunhadas entre 1752 e 1776 pela Casa da Moeda de Lisboa, durante o reinado de D. José I (1750–1777). Essas moedas, produzidas no coração do Império Português, são emblemáticas da sofisticação da cunhagem portuguesa e da riqueza econômica impulsionada pelo ouro e prata do Brasil colonial. Usadas em transações comerciais em Portugal e nas colônias, especialmente no Brasil, essas moedas refletem a estabilidade monetária e a influência das reformas do Marquês de Pombal. A série é notável por sua qualidade artística e pela importância no comércio transatlântico.

Período de Produção e Circulação

As moedas foram cunhadas entre 1752 e 1776, durante o reinado de D. José I, em um período de prosperidade econômica alimentada pelo ciclo do ouro brasileiro. Elas circularam amplamente em Portugal, no Brasil colonial e em outras colônias portuguesas, como Angola e Moçambique. As moedas de prata, como os patacões e outras denominações, eram usadas em transações comerciais de médio e alto valor, complementando as moedas de ouro e cobre. Sua circulação se estendeu além de 1776 devido ao valor intrínseco da prata e à escassez de novas emissões em algumas regiões.

Casa da Moeda Responsável

A Casa da Moeda de Lisboa, a principal instituição monetária de Portugal, foi responsável pela produção desta série. Fundada no século XIII, a casa era conhecida por sua excelência na cunhagem, utilizando prata de alta qualidade, frequentemente proveniente das minas do Brasil colonial. Durante o reinado de D. José I, a Casa da Moeda de Lisboa operava com tecnologia avançada e sob supervisão rigorosa, garantindo que as moedas atendessem aos padrões do império. A produção em Lisboa complementava a cunhagem local no Brasil, nas Casas da Moeda da Bahia e do Rio de Janeiro.

Técnicas Utilizadas

As moedas foram produzidas com técnicas avançadas para a época:

  • Cunhagem a martelo: Embora em declínio, a cunhagem a martelo ainda era usada no início do período, com discos de prata batidos manualmente para gravar os desenhos.
  • Prensas mecânicas: A partir de meados do século XVIII, a Casa da Moeda de Lisboa adotou prensas mecânicas, garantindo maior precisão e uniformidade nas moedas.
  • Gravação de cunhos: Os cunhos eram gravados por artesãos qualificados, com detalhes finos do busto de D. José I e do brasão português, refletindo a sofisticação artística da época.
  • Controle de qualidade: As moedas de prata tinham 90–91,7% de pureza, garantindo aceitação no comércio internacional e consistência no peso.

Curiosidades

  • Riqueza colonial: A prata usada nestas moedas era frequentemente extraída das minas de Minas Gerais, enviada a Lisboa como parte do tributo real (o "quinto").
  • Comércio transatlântico: As moedas de prata eram amplamente aceitas no comércio com a Europa, Ásia e África, reforçando a posição de Portugal como potência marítima.
  • Raridade: Algumas denominações desta série são raras devido à quantidade limitada cunhada e ao desgaste natural das moedas em circulação.

Lendas

As moedas apresentavam inscrições em latim, seguindo a tradição numismática portuguesa. No anverso, a legenda "JOSEPHUS I DEI GRATIA" (José I, Pela Graça de Deus) acompanhava o busto do rei. No reverso, a inscrição "REX PORTUGALIAE ET ALGARBIORUM" (Rei de Portugal e dos Algarves) era comum, junto ao brasão de armas português. Algumas moedas incluíam valores nominais, como "640" ou "320" (réis), gravados diretamente, especialmente em denominações menores.

Fases Políticas

A cunhagem desta série ocorreu durante um período de estabilidade e reformas no Império Português:

  • Reformas do Marquês de Pombal: As políticas do Marquês de Pombal modernizaram a administração e o comércio, fortalecendo a cunhagem para atender às demandas do império.
  • Ciclo do ouro e da prata: A abundância de metais preciosos do Brasil financiou a produção de moedas e projetos em Portugal, como a reconstrução após o terremoto de Lisboa.
  • Terremoto de Lisboa (1755): O desastre aumentou a dependência de Portugal das colônias, com a Casa da Moeda de Lisboa desempenhando um papel central na cunhagem de moedas para a recuperação econômica.

Tipos de Bordo

As moedas de prata geralmente apresentavam bordos serrilhados ou cordonados, com padrões em forma de corda para prevenir falsificações e recortes. Esses bordos eram padrão para moedas de maior valor, garantindo segurança e autenticidade.

Reverso: Medalha ou Moeda

Estas moedas são classificadas como moedas, destinadas à circulação como meio de pagamento. O reverso exibia o brasão de armas português, com a coroa real e os sete castelos, simbolizando a unidade do reino. Algumas denominações apresentavam valores nominais gravados diretamente no reverso.

Variações

As variações desta série incluem:

  • Denominações: Incluíam valores como 75, 150, 320 e 640 réis, com os patacões (640 réis) sendo os mais comuns.
  • Detalhes do busto: Variações sutis no busto de D. José I, como diferenças na coroa, penteado ou ornamentos, ocorriam devido a diferentes cunhos.
  • Anos de cunhagem: Pequenas diferenças no design ou na qualidade da cunhagem apareciam entre os anos de 1752 e 1776.

Gravadores

Os gravadores específicos desta série não são amplamente documentados. A Casa da Moeda de Lisboa empregava mestres gravadores altamente qualificados, que produziam cunhos com detalhes artísticos refinados, seguindo padrões reais. Os gravadores eram geralmente anônimos, trabalhando sob a supervisão da casa.

Siglas e Abridor de Cunho

As moedas frequentemente apresentavam a sigla "L" (de Lisboa) para indicar a Casa da Moeda responsável. O abridor de cunho, responsável pela criação dos moldes, não é identificado nos registros, sendo provavelmente um artesão da Casa da Moeda de Lisboa.

Homenageados

As moedas homenageavam D. José I, com seu busto e a inscrição "JOSEPHUS I" no anverso, simbolizando a autoridade monárquica e a prosperidade do império.

Produção

A produção foi significativa, impulsionada pela abundância de prata do Brasil colonial. No entanto, números exatos de tiragem não são amplamente documentados. As moedas de prata eram cunhadas em quantidades suficientes para atender ao comércio em Portugal e nas colônias. Colecionadores podem consultar o catálogo da CCMBR para detalhes de tiragem e raridade.

Metal Utilizado

As moedas eram de prata com 90–91,7% de pureza, com pesos variando conforme a denominação: por exemplo, o patacão de 640 réis pesava cerca de 14,3 gramas, enquanto moedas menores, como 75 réis, pesavam cerca de 1,8 gramas. A alta qualidade da prata garantia a aceitação das moedas em transações internacionais.

Referências

Gomes, A. J. (2003). Moedas Portuguesas e do Território que Hoje é Portugal. Lisboa: Associação Numismática de Portugal.

Krause, C. L., & Mishler, C. (2008). Standard Catalog of World Coins. Iola: Krause Publications.

Prober, K. (1984). História Numismática do Brasil Colonial. São Paulo: Edição do Autor.

 

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Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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