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Jotas, Casa da Moeda da Bahia - Prata (1752–1768)







Introdução

A série "Jotas, Casa da Moeda da Bahia - Prata" refere-se a moedas de prata cunhadas entre 1752 e 1768 pela Casa da Moeda da Bahia, durante o reinado de D. José I (1750–1777). Conhecidas como "Jotas" devido à proeminência da inicial "J" (de José) nas inscrições, essas moedas são um marco na numismática colonial brasileira. Produzidas em Salvador, então capital do Brasil até 1763, elas refletem a riqueza mineral da colônia, especialmente a prata extraída de Minas Gerais, e a sofisticação da cunhagem local. A série é notável por seu design distintivo e sua importância no comércio colonial e transatlântico.

Período de Produção e Circulação

As moedas foram cunhadas entre 1752 e 1768, durante o reinado de D. José I, em um período de auge do ciclo do ouro e da prata no Brasil. Elas circularam amplamente na Bahia, em outras regiões do Brasil colonial e, em menor escala, em Portugal e outras colônias portuguesas. As moedas de prata, como os patacões, eram usadas em transações comerciais de médio e alto valor, complementando as moedas de ouro e cobre. Sua circulação se estendeu além de 1768 devido ao valor intrínseco da prata e à escassez de novas emissões em algumas regiões.

Casa da Moeda Responsável

A Casa da Moeda da Bahia, fundada em Salvador em 1694, foi responsável pela produção desta série. Como a primeira casa da moeda do Brasil, ela desempenhava um papel central na cunhagem de moedas para atender às demandas econômicas da colônia. Utilizando prata proveniente principalmente de Minas Gerais, a Casa da Moeda da Bahia operava sob supervisão portuguesa, garantindo que suas moedas seguissem os padrões da Casa da Moeda de Lisboa. A designação "Jotas" sugere um design específico, possivelmente com ênfase na inicial do rei ou em elementos artísticos únicos.

Técnicas Utilizadas

As moedas foram produzidas com técnicas avançadas para o contexto colonial:

  • Cunhagem a martelo: No início do período, a cunhagem a martelo era comum, com discos de prata batidos manualmente para gravar os desenhos.
  • Prensas mecânicas: A partir de meados do século XVIII, a Casa da Moeda da Bahia começou a usar prensas mecânicas, melhorando a precisão e a uniformidade das moedas.
  • Gravação de cunhos: Os cunhos eram gravados por artesãos qualificados, muitas vezes baseados em modelos de Lisboa, com destaque para o busto de D. José I e a inicial "J".
  • Controle de qualidade: As moedas de prata tinham 90–91,7% de pureza, garantindo aceitação no comércio internacional e consistência no peso.

Curiosidades

  • Origem do nome "Jotas": A designação "Jotas" provavelmente deriva da proeminência da inicial "J" nas inscrições, destacando o nome de D. José I, um traço distintivo desta série.
  • Riqueza mineral: A prata usada nas moedas vinha das minas de Minas Gerais, transportada para Salvador, evidenciando a integração econômica da colônia.
  • Raridade: Algumas denominações desta série são raras devido à quantidade limitada cunhada e ao desgaste natural das moedas em circulação.

Lendas

As moedas apresentavam inscrições em latim, seguindo a tradição numismática portuguesa. No anverso, a legenda "JOSEPHUS I DEI GRATIA" (José I, Pela Graça de Deus) acompanhava o busto do rei, com a inicial "J" possivelmente destacada no design. No reverso, a inscrição "REX PORTUGALIAE ET ALGARBIORUM" (Rei de Portugal e dos Algarves) era comum, junto ao brasão de armas português. Algumas moedas incluíam valores nominais, como "640" ou "320" (réis), gravados diretamente.

Fases Políticas

A cunhagem desta série ocorreu durante um período de prosperidade e reformas no Império Português:

  • Reformas do Marquês de Pombal: As políticas do Marquês de Pombal fortaleceram o controle português sobre o Brasil, regulamentando a cunhagem local para atender às demandas econômicas.
  • Ciclo do ouro e da prata: A abundância de metais preciosos em Minas Gerais financiou a produção de moedas e projetos em Portugal, como a reconstrução após o terremoto de Lisboa.
  • Terremoto de Lisboa (1755): O desastre aumentou a dependência de Portugal do Brasil, com a Casa da Moeda da Bahia desempenhando um papel central na cunhagem de moedas para a recuperação econômica.

Tipos de Bordo

As moedas de prata geralmente apresentavam bordos serrilhados ou cordonados, com padrões em forma de corda para prevenir falsificações e recortes. Esses bordos eram padrão para moedas de maior valor, garantindo segurança e autenticidade.

Reverso: Medalha ou Moeda

Estas moedas são classificadas como moedas, destinadas à circulação como meio de pagamento. O reverso exibia o brasão de armas português, com a coroa real e os sete castelos, simbolizando a unidade do reino. Algumas denominações apresentavam valores nominais gravados diretamente no reverso.

Variações

As variações desta série incluem:

  • Denominações: Incluíam valores como 75, 150, 320 e 640 réis, com os patacões (640 réis) sendo os mais comuns.
  • Detalhes do busto: Variações sutis no busto de D. José I, como diferenças na coroa, penteado ou ornamentos, ocorriam devido a diferentes cunhos, com possível ênfase na inicial "J".
  • Anos de cunhagem: Pequenas diferenças no design ou na qualidade da cunhagem apareciam entre os anos de 1752 e 1768.

Gravadores

Os gravadores específicos desta série não são amplamente documentados. A Casa da Moeda da Bahia empregava artesãos locais e, ocasionalmente, recebia cunhos de Lisboa, produzidos por mestres gravadores anônimos seguindo padrões reais.

Siglas e Abridor de Cunho

As moedas frequentemente apresentavam a sigla "B" (de Bahia) para indicar a Casa da Moeda responsável. O abridor de cunho, responsável pela criação dos moldes, não é identificado nos registros, sendo provavelmente um artesão da Casa da Moeda da Bahia.

Homenageados

As moedas homenageavam D. José I, com seu busto e a inscrição "JOSEPHUS I" no anverso, simbolizando a autoridade monárquica e a prosperidade do império. A designação "Jotas" reforça a homenagem ao rei através da ênfase em sua inicial.

Produção

A produção foi significativa, impulsionada pela abundância de prata do Brasil colonial. No entanto, números exatos de tiragem não são amplamente documentados. As moedas de prata eram cunhadas em quantidades suficientes para atender ao comércio na Bahia e em outras regiões coloniais. Colecionadores podem consultar o catálogo da CCMBR para detalhes de tiragem e raridade.

Metal Utilizado

As moedas eram de prata com 90–91,7% de pureza, com pesos variando conforme a denominação: por exemplo, o patacão de 640 réis pesava cerca de 14,3 gramas, enquanto moedas menores, como 75 réis, pesavam cerca de 1,8 gramas. A alta qualidade da prata garantia a aceitação das moedas em transações internacionais.

Referências

Gomes, A. J. (2003). Moedas Portuguesas e do Território que Hoje é Portugal. Lisboa: Associação Numismática de Portugal.

Krause, C. L., & Mishler, C. (2008). Standard Catalog of World Coins. Iola: Krause Publications.

Prober, K. (1984). História Numismática do Brasil Colonial. São Paulo: Edição do Autor.

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Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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