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De Lisboa para Brasil e Guiné - Cobre (1752–1757)







Introdução

A série "De Lisboa para Brasil e Guiné - Cobre" refere-se a moedas de cobre cunhadas entre 1752 e 1757 pela Casa da Moeda de Lisboa, durante o reinado de D. José I (1750–1777). Projetadas especificamente para circulação no Brasil colonial e na Guiné (atual Guiné-Bissau), essas moedas atendiam à demanda por moedas de baixa denominação em territórios coloniais portugueses. A ausência de carimbos indica que foram cunhadas com designs originais, refletindo a autoridade da Coroa portuguesa. Esta série é notável por sua função econômica nas colônias e por ilustrar a conectividade do Império Português no século XVIII.

Período de Produção e Circulação

As moedas foram cunhadas entre 1752 e 1757, durante o reinado de D. José I, em um período de prosperidade impulsionado pelo ciclo do ouro e da prata no Brasil. Elas circularam principalmente no Brasil colonial e na Guiné, com uso limitado em outras colônias portuguesas e em Portugal. Conhecidas como "vinténs" devido aos valores nominais (e.g., 20 réis), essas moedas de cobre eram usadas em transações cotidianas, como compras em mercados e pequenos pagamentos. Sua circulação continuou além de 1757 devido à durabilidade do cobre e à escassez de moedas de baixo valor nas colônias.

Casa da Moeda Responsável

A Casa da Moeda de Lisboa, a principal instituição monetária de Portugal, foi responsável pela produção desta série. Fundada no século XIII, a casa era conhecida por sua excelência na cunhagem, utilizando técnicas avançadas para produzir moedas destinadas às colônias. Durante o reinado de D. José I, a Casa da Moeda de Lisboa operava sob supervisão rigorosa, garantindo que as moedas atendessem às necessidades econômicas do Brasil e da Guiné. A produção dessas moedas complementava a cunhagem local nas Casas da Moeda da Bahia e do Rio de Janeiro.

Técnicas Utilizadas

As moedas foram produzidas com técnicas avançadas para a época:

  • Cunhagem a martelo: No início do período, a cunhagem a martelo era usada, com discos de cobre batidos manualmente para gravar os desenhos.
  • Prensas mecânicas: A partir de meados do século XVIII, a Casa da Moeda de Lisboa adotou prensas mecânicas, garantindo maior precisão e uniformidade.
  • Gravação de cunhos: Os cunhos eram gravados por artesãos qualificados, com detalhes do busto de D. José I ou valores nominais, adaptados para uso colonial.
  • Controle de qualidade: As moedas de cobre eram feitas de ligas resistentes, com pesos consistentes para suportar o desgaste em circulação nas colônias.

Curiosidades

  • Destino colonial: Essas moedas foram cunhadas especificamente para o Brasil e a Guiné, destacando a importância estratégica dessas colônias no Império Português.
  • Economia local: No Brasil, a escassez de moedas de baixo valor tornava essas moedas de cobre essenciais para o comércio diário, especialmente em áreas rurais.
  • Raridade: Algumas denominações desta série são raras devido à quantidade limitada cunhada e ao desgaste intenso em circulação nas colônias.

Lendas

As moedas apresentavam inscrições em latim, seguindo a tradição numismática portuguesa. No anverso, a legenda "JOSEPHUS I DEI GRATIA" (José I, Pela Graça de Deus) frequentemente acompanhava o busto do rei. No reverso, a inscrição "REX PORTUGALIAE ET ALGARBIORUM" (Rei de Portugal e dos Algarves) era comum, junto ao brasão de armas português ou valores nominais, como "XX" (20 réis) ou "X" (10 réis), gravados diretamente. Algumas moedas podiam incluir referências ao uso colonial, como indicações para Brasil ou Guiné.

Fases Políticas

A cunhagem desta série ocorreu durante um período de estabilidade e reformas no Império Português:

  • Reformas do Marquês de Pombal: As políticas do Marquês de Pombal fortaleceram o controle português sobre as colônias, promovendo a cunhagem de moedas para atender às demandas econômicas locais.
  • Ciclo do ouro e da prata: A riqueza mineral do Brasil financiou a economia portuguesa, permitindo a produção de moedas de cobre para circulação colonial.
  • Terremoto de Lisboa (1755): O desastre aumentou a dependência de Portugal das colônias, com a Casa da Moeda de Lisboa produzindo moedas para sustentar o comércio colonial e a recuperação econômica.

Tipos de Bordo

As moedas de cobre geralmente apresentavam bordos lisos ou levemente serrilhados, devido ao seu baixo valor e menor necessidade de proteção contra falsificações. Bordos cordonados, comuns em moedas de prata e ouro, eram raros nesta série.

Reverso: Medalha ou Moeda

Estas moedas são classificadas como moedas, destinadas à circulação como meio de pagamento. O reverso exibia o brasão de armas português, com a coroa real e os sete castelos, ou valores nominais gravados diretamente, como "XX" para 20 réis, simbolizando a autoridade monárquica e a função colonial.

Variações

As variações desta série incluem:

  • Denominações: Incluíam valores como 5, 10, 20 e 40 réis, com os "vinténs" (20 réis) sendo os mais comuns.
  • Detalhes do design: Variações sutis no busto de D. José I, no brasão de armas ou nas inscrições ocorriam devido a diferentes cunhos ou adaptações para uso colonial.
  • Anos de cunhagem: Pequenas diferenças no design ou na qualidade da cunhagem apareciam entre os anos de 1752 e 1757.

Gravadores

Os gravadores específicos desta série não são amplamente documentados. A Casa da Moeda de Lisboa empregava mestres gravadores qualificados, que produziam cunhos com detalhes artísticos adaptados para as colônias, seguindo padrões reais. Os gravadores eram geralmente anônimos, trabalhando sob a supervisão da casa.

Siglas e Abridor de Cunho

As moedas frequentemente apresentavam a sigla "L" (de Lisboa) para indicar a Casa da Moeda responsável. Algumas moedas podiam incluir marcações específicas para Brasil ou Guiné. O abridor de cunho, responsável pela criação dos moldes, não é identificado nos registros, sendo provavelmente um artesão da Casa da Moeda de Lisboa.

Homenageados

As moedas homenageavam D. José I, com seu busto e a inscrição "JOSEPHUS I" no anverso, simbolizando a autoridade monárquica e a unidade do império.

Produção

A produção foi significativa, dado que as moedas de cobre eram essenciais para atender às transações do dia a dia nas colônias. No entanto, números exatos de tiragem não são amplamente documentados. A Casa da Moeda de Lisboa operava em alta capacidade para suprir a demanda no Brasil e na Guiné. Colecionadores podem consultar o catálogo da CCMBR para detalhes de tiragem e raridade.

Metal Utilizado

As moedas eram de cobre puro ou ligas de cobre com pequenas adições de outros metais para maior durabilidade, com pesos variando conforme a denominação: por exemplo, 10 réis pesavam cerca de 7 gramas, enquanto 40 réis pesavam cerca de 28 gramas. A qualidade do cobre garantia a resistência das moedas em circulação nas colônias.

Referências

Gomes, A. J. (2003). Moedas Portuguesas e do Território que Hoje é Portugal. Lisboa: Associação Numismática de Portugal.

Krause, C. L., & Mishler, C. (2008). Standard Catalog of World Coins. Iola: Krause Publications.

Prober, K. (1984). História Numismática do Brasil Colonial. São Paulo: Edição do Autor.

 

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Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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