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Moedas e Cédulas Usadas em Territórios Ocupados







5.1 Operação Bernhard: falsificação excessiva de libras esterlinas e dólares pelos nazistas

Um dos projetos mais audaciosos e sombrios do regime nazista no campo da economia foi a Operação Bernhard , uma iniciativa de grande escala destinada à falsificação extraordinária de moedas e cédulas estrangeiras — principalmente libras esterlinas e dólares americanos .

 

Iniciada por volta de 1940 sob supervisão direta da SS (Schutzstaffel) , a operação tinha como objetivo enfraquecer os países aliados ao infiltrar no mercado internacional grandes quantidades de dinheiro falso. O plano envolveu não apenas a manipulação financeira, mas também o financiamento de espionagem e operações secretas que poderiam prejudicar a economia britânica e americana durante a Segunda Guerra Mundial.

 

A falsificação foi causada em condições extremamente controladas dentro de campos de concentração , onde prisioneiros especializados em gravura, impressão e tipografia eram obrigados a trabalhar sob ameaça de morte. A qualidade das notas produzidas era tão alta que muitas delas só foram descobertas anos após o fim da guerra.

 

Estima-se que os nazistas tenham produzido cerca de £130 milhões em libras falsas — um valor equivalente a bilhões de libras atuais — tornando a Operação Bernhard uma das maiores campanhas de falsificação monetária da história.

 

5.2 Técnicas usadas em campos de concentração para reprodução de moedas estrangeiras

A produção de moedas e cédulas falsificadas é elaborada com técnicas altamente sofisticadas, considerando que o objetivo era replicar fielmente o papel-moeda de alta segurança por governos emitidos.

 

O núcleo principal da operação esteve concentrado no Campo de Concentração de Sachsenhausen , perto de Berlim, onde centenas de prisioneiros judeus especializados em artes gráficas, gravura e tipografia foram reunidos. Muitos eram artistas, banqueiros, gravadores ou funcionários de casas de moeda antes de serem presos.

 

Etapas principais do processo de falsificação:

  1. Obtenção de exemplares originais: Os nazistas adquiriram amostras próprias por meio de espionagem, contrabando ou captura de soldados aliados.
  2. Análise detalhada: As notas foram estudadas cuidadosamente para identificar marcas de água, tipos de papel, padrões de impressão e composição de tintas.
  3. Gravação de clichês: Artistas treinados gravaram matrizes idênticas às originais, usando ferramentas improvisadas ou roubadas.
  4. Impressão em série: Com prensas adaptadas ou obtidas ilegalmente, as cédulas foram impressas em grande quantidade.
  5. Finalização e envelhecimento artificial: Para evitar detecção, como notas passando por processos de lavagem, amassamento e até exposição à água e sujeira, simulando uso real.
 

Essas técnicas permitiram que as falsificações chegassem ao mercado internacional sem levantar suspeitas imediatas, contribuindo para o sucesso inicial da operação.

 

5.3 Impacto econômico da falsificação em larga escala

Apesar de a guerra ter terminado antes que os efeitos pudessem se manifestar de forma satisfatória, a falsificação realizada pelo regime nazista teve impactos significativos tanto no curto quanto no longo prazo.

 

Impactos diretos:

  • Instabilidade cambial: A entrada acumulada de notas falsas no sistema financeiro global gerou dúvidas sobre as perdas de certas denominações.
  • Suspensão temporária de emissões: O Banco da Inglaterra chegou a retirar todas as cédulas de £5 do sistema, temendo que fossem amplamente falsificadas.
  • Custos de segurança aumentados: Bancos centrais e instituições financeiras tiveram que investir pesadamente em novos métodos de verificação e controle.
 

Impactos diversos:

  • Prejuízo à confiança pública: A possibilidade de que notas falsas circulassem gerando preocupação entre comerciantes e consumidores.
  • Legado técnico: Após a guerra, alguns dos conhecimentos adquiridos durante a operação foram utilizados por crimes e governos para melhorar técnicas de falsificação e segurança.
 

Embora o objetivo final da Operação Bernhard — a desestabilização estratégica das economias aliadas — não tenha sido alcançado, o episódio permanece como um exemplo sinistro de como a numismática pode ser instrumentalizada para fins políticos e econômicos.

 

5.4 Documentários e relatos históricos sobre o tema

Nos anos seguintes ao fim da Segunda Guerra Mundial, o tema da falsificação nazista foi objeto de investigações, livros e documentários, ajudando a trazer à luz esse episódio pouco conhecido da história.

 

Livros importantes:

  • The Counterfeiters (2004) – Conta a história real de Salomon Smolianoff, um dos principais falsificadores envolvidos na operação.
  • Operação Bernhard: O Plano Nazista para Inundar a Grã-Bretanha com Falsificações (1983) – Estudo detalhado do historiador RV Jones.
  • The Nazi Counterfeit Plot – Publicação do Museu Imperial da Guerra com depoimentos de sobreviventes e documentos oficiais.
 

Filmes e documentários:

  • "O Plano Mestre" (2007) – Filme dramatizado que retrata a vida dos prisioneiros forçados a produzir notas falsas no campo de Sachsenhausen.
  • Documentário "The Counterfeit Nazis" (BBC) – Explora os arquivos britânicos e testemunhos de especialistas.
  • Exposições em museus: Museus como o United States Holocaust Memorial Museum e o Yad Vashem exibem objetos e registros relacionados à operação.
 

Esses registros ajudam a preservar a memória das vítimas e a alertar sobre os perigos da manipulação da economia como arma de guerra.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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