A prática de avaliar moedas quanto à sua autenticidade e estado de conservação remonta aos primórdios do colecionismo numismático, mas durante séculos esse trabalho foi restrito a peritos particulares e especialistas contratados por museus ou grandes coleções privadas.
A partir do século XX, com o avanço do mercado colecionista e a realização de leilões internacionais, surgiu a necessidade de critérios mais padronizados para descrever e garantir a qualidade das peças comercializadas.
Foi nos Estados Unidos, na década de 1970, que surgiram as primeiras empresas estruturadas para autenticar moedas de forma profissional e independente, oferecendo laudos técnicos e atribuindo notas de conservação com base em critérios objetivos.
Na década de 1980, o mercado numismático enfrentava uma grande onda de falsificações e controvérsias sobre gradação. Para enfrentar esses desafios, em 1986 foi fundada a Professional Coin Grading Service (PCGS), primeira empresa a criar um sistema de certificação formalizado, com selagem em holder plástico e numeração de registro.
Pouco tempo depois, em 1987, surgiu a Numismatic Guaranty Corporation (NGC), consolidando o modelo de certificação comercial e independente.
Com o sucesso dessas iniciativas, novas empresas foram surgindo, como a ANACS e a ICG, expandindo os serviços e aprimorando as metodologias de autenticação e gradação.
A certificação profissional provocou uma revolução no mercado numismático. Moedas autenticadas e graduadas por empresas reconhecidas passaram a alcançar preços significativamente mais altos em leilões e vendas privadas.
Além disso, os catálogos de preços começaram a destacar valores diferenciados para peças certificadas, estabelecendo um padrão de mercado onde a presença do holder tornou-se sinônimo de segurança e liquidez.
Esse processo também reduziu a incidência de fraudes e falsificações grosseiras, além de profissionalizar as transações numismáticas em nível internacional.
1986 – Fundação da PCGS, com o conceito de encapsulamento e escala numérica de graduação (1 a 70).
1987 – Criação da NGC, adotando métodos de gradação independentes e avançando no reconhecimento internacional.
1990 – Expansão das certificadoras para moedas estrangeiras, abrindo o mercado para colecionadores de todas as regiões.
1999 – Início da certificação de moedas comemorativas, medalhas e tokens, ampliando o portfólio de peças passíveis de certificação.
2000 em diante – Adoção de tecnologias digitais de consulta pública, como bancos de dados online e imagens de moedas encapsuladas.
2015-2020 – Avanço na certificação de moedas brasileiras e latino-americanas, com crescimento expressivo da demanda e aceitação de moedas locais pelas grandes certificadoras.
A história da certificação numismática reflete a evolução do colecionismo e a busca contínua por critérios mais objetivos, seguros e reconhecidos internacionalmente. Hoje, certificação e numismática caminham lado a lado, proporcionando um mercado mais transparente, valorizado e protegido para colecionadores e investidores.
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