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Centenário da Independência: Moeda em Prata 500 e Prata 900







Introdução

A moeda comemorativa de 2.000 réis, cunhada em 1922 para celebrar o 1º Centenário da Independência do Brasil, é uma das mais emblemáticas da numismática nacional. Além de sua importância histórica, esta peça apresenta duas variantes distintas quanto ao teor de prata: prata 900 (90% de prata) e prata 500 (50% de prata). Embora visualmente muito semelhantes, ambas possuem diferenças técnicas e históricas relevantes, tornando-as itens muito procurados por colecionadores e estudiosos.

Contexto Histórico e Legal

Em 1922, o Brasil comemorou os 100 anos da Proclamação da Independência com a emissão de moedas comemorativas, destinadas a substituir parte do papel-moeda em circulação. Essa iniciativa visava, além de celebrar a data, reforçar a moeda metálica no mercado.

Decreto nº 15.728 – 12 de outubro de 1922

Autorizava a cunhagem da moeda de 2$000:

  • Peso oficial: 8,0 gramas

  • Teor de prata: 0,900

  • Diâmetro: 26 mm

  • Tolerâncias: ±0,1 g no peso e ±0,002 no teor da liga

As moedas só poderiam ser usadas em transações até o valor de 20$000, exceto por mútuo consentimento.

Decreto nº 15.936 – 24 de janeiro de 1923

Devido a questões econômicas e escassez de prata, este decreto autorizou a redução do teor da moeda para 0,500 (50%), mantendo o mesmo peso e dimensões. Também ajustou tolerâncias na liga de moedas subsidiárias de cobre e alumínio.

Características Técnicas

CaracterísticaPrata 900Prata 500
Teor de prata 90% (0,900) 50% (0,500)
Outros metais 10% cobre 50% cobre e possivelmente alumínio
Peso oficial 8,0 g 8,0 g
Diâmetro 26 mm 26 mm
Espessura estimada 1,57 mm 1,9 mm
Cor e brilho Prateado brilhante Acinzentado, menos vívido
Densidade (g/cm³) Aproximadamente 10,49 Menor, devido ao menor teor de prata e possível inclusão de alumínio

Densidade dos Metais

  • Prata (Ag): 10,49 g/cm³

  • Cobre (Cu): 8,96 g/cm³

  • Alumínio (Al): 2,70 g/cm³

Para manter o mesmo peso, a moeda de prata 500 precisou ter sua espessura aumentada, compensando a menor densidade da liga.

Diferenças Visuais e de Cunhagem

Embora muito semelhantes, há detalhes sutis que permitem diferenciar as versões:

DetalhePrata 900Prata 500
Inscrição "D. Pedro I." Com ponto após o "I." Sem ponto após o "I."
Letra "A" em "Pedro" Com traço horizontal Sem traço horizontal
Relevo e nitidez Mais definido, brilho intenso Levemente mais suave, tom acinzentado

Observação: há relatos de exemplares prata 900 sem ponto após o "I.", o que reforça a importância da análise combinada de características.

Conservação e Cuidados

Moedas em prata 900, devido à sua maior pureza, são mais macias e propensas a riscos e manchas. Devem ser manuseadas com luvas e armazenadas em ambiente seco, longe de materiais ácidos. A prata 500 é mais resistente a riscos, mas oxida com maior facilidade devido ao teor de cobre. Limpezas agressivas reduzem significativamente o valor numismático, especialmente em moedas de prata 900.

Importância para Colecionadores

A coexistência dessas duas variantes enriquece o colecionismo dessa moeda, adicionando complexidade e valor histórico. Saber identificar corretamente cada tipo é essencial para avaliações de autenticidade, valor de mercado e composição de coleções temáticas.

Como Identificar a Pureza da Prata

  • Teste de densidade: Medir peso e volume para calcular a densidade e comparar com os padrões.

  • Análise visual: Avaliar brilho, tonalidade e detalhes da cunhagem.

  • Teste químico: Apenas sob supervisão especializada.

  • Consulta a catálogos e decretos: Validação por meio de documentação histórica.

Conclusão

As moedas de 2.000 réis do 1º Centenário da Independência são peças fundamentais da história monetária brasileira. A coexistência das variantes em prata 900 e prata 500, suas diferenças técnicas, visuais e legais, refletem os desafios e estratégias econômicas do Brasil da época. Para numismatas e estudiosos, esses detalhes são parte essencial da boa prática de identificação, catalogação e valorização de acervos.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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