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A Teologia que Virou Ação — e Ação que Virou Revolução







“A Teologia que Virou Ação — e Ação que Virou Revolução”**

 

“Fé que não vira pão, não é fé — é fantasia.
Oração que não vira emprego, não é oração — é fuga.
Igreja que não vira banco comunitário, não é Igreja — é museu.”

— João Joaquim, em conversa com jovens da Pastoral da Juventude, 1992

 

 

🕊️ A IGREJA COMO TRINCHEIRA — NÃO COMO REFÚGIO

Quando João Joaquim chegou ao Conjunto Palmeiras, nos anos 1970, não foi como missionário — mas como discípulo. Não para ensinar, mas para aprender. Não para salvar, mas para ser salvo — pela sabedoria do povo.

 

A comunidade vivia sob o peso da exclusão: sem crédito, sem emprego formal, sem acesso a banco, sem documentos, sem direitos. A única “instituição” presente era a Igreja — e João sabia que, se ela não virasse ferramenta de libertação, viraria muleta da opressão.

 

“Eu não queria uma Igreja que distribuísse sopa — queria uma Igreja que ensinasse a pescar, a plantar, a vender, a emprestar, a cobrar juro justo, a emitir moeda própria.”

 

Começou organizando círculos bíblicos — mas com um detalhe: ao invés de ler apenas os textos sagrados, lia também os números da fome, os mapas da exclusão, os relatos dos despejos, os preços abusivos do agiota.

 

A Bíblia virou manual de economia popular.

 

“Lemos Amós e falamos de juros abusivos.
Lemos Lucas e falamos de partilha.
Lemos Atos dos Apóstolos e falamos de cooperativas.
A Palavra de Deus tinha que descer do púlpito e entrar na feira, na quitanda, na barraca de artesanato.”

 

 

🧑‍🏫 A EDUCAÇÃO POPULAR — ONDE A FÉ VIRA FERRAMENTA

João não se contentava em pregar. Queria ensinar a pensar — e a agir. Inspirado por Paulo Freire, começou a montar oficinas de alfabetização — mas alfabetização financeira, política, econômica.

 

“Alfabetizar não é só ensinar a ler palavras — é ensinar a ler o mundo.
E o mundo do Palmeiras dizia: ‘Você é pobre porque é incapaz.’
Nós ensinamos a ler de novo — e descobrir: ‘Sou pobre porque me roubaram a oportunidade.’”

 

Nasceu ali o método Palmas de educação popular:

  • Aula na calçada.
  • Caderno feito de papel reaproveitado.
  • Professor: quem sabia — mesmo que só um pouquinho.
  • Aluno: quem queria — mesmo que tivesse vergonha.
  • Avaliação: o que mudou na vida da pessoa?
 

As oficinas viraram células de resistência econômica:

  • Como calcular juros (pra não cair no agiota).
  • Como guardar dinheiro (sem banco).
  • Como vender artesanato (sem atravessador).
  • Como se organizar em cooperativa (sem patrão).
 

 

👥 O NASCIMENTO DO COLETIVO — QUANDO UM VIRA MUITOS

João nunca quis ser líder — queria ser catalisador. Sabia que, sozinho, não mudaria nada. Mas se conseguisse acender a chama em outros, o fogo viraria incêndio — e incêndio, ninguém apaga.

 

Começou a formar agentes comunitários de economia solidária — homens e mulheres do bairro que viraram multiplicadores:

  • Dona Maria, que ensinava bordado e depois virou guardiã do caixa.
  • Seu Zé, que sabia consertar tudo e virou técnico de máquinas da cooperativa.
  • Lúcia, jovem mãe, que aprendeu contabilidade e virou tesoureira do primeiro empréstimo.
 

“Eu não dei nada a eles. Só mostrei o que já tinham.
Eles tinham mãos. Tinham coragem. Tinham vizinhos. Tinham sonhos.
Só faltava alguém dizer: ‘Vamos juntar tudo isso e criar nosso próprio sistema.’”

 

 

💥 O SALTO — DA FÉ PARA A ECONOMIA, DA ORAÇÃO PARA A MOEDA

Foi nesse caldo de fé, educação e organização que nasceu a ideia do Banco Palmas — não como projeto, mas como ato de desobediência sagrada.

 

“Se o banco não vem até nós, nós vamos até o banco — e criamos o nosso.”
“Se o dinheiro não circula aqui, a gente emite o nosso — e faz circular.”
“Se o sistema nos exclui, a gente constrói outro — e inclui todo mundo.”

 

João não chamou isso de “revolução”. Chamou de “obediência radical ao Evangelho”.

 

“Jesus expulsou os vendilhões do templo. Nós expulsamos o agiota da comunidade.
Jesus multiplicou pães. Nós multiplicamos empréstimos sem juro abusivo.
Jesus criou comunidade. Nós criamos moeda comunitária.”

 

 

🌱 A REVOLUÇÃO SILENCIOSA — QUE NINGUÉM VIU CHEGAR

Não houve grito, nem faixa, nem protesto. A revolução de João Joaquim foi feita em sussurros, em reuniões de cozinha, em cadernos rabiscados, em apertos de mão.

 

“A revolução não precisa de fuzil. Às vezes, só precisa de um caderno, uma caneta, e a coragem de dizer: ‘Vamos tentar.’”

 

E tentaram.

 

O primeiro empréstimo: R$ 18 — para uma mulher comprar linha e tecido e fazer camisas.
O segundo: R$ 50 — para um jovem comprar tinta e pincel e pintar paredes.
O terceiro: R$ 100 — para uma mãe abrir uma banquinha de acarajé.

 

Nenhum foi garantido por cheque, por fiador, por contrato.
Todos foram garantidos por confiança, vizinhança, pertencimento.

 

“O colateral não era o bem — era o bem comum.”

 

 

✍️ ESPAÇO PARA JOÃO JOAQUIM

(Inserir aqui 1 página em branco com linhas pautadas e o título:)

 

“João, este capítulo é sobre como sua fé virou ação — e sua ação virou revolução.
Está certo? Está errado? Falta algum nome? Alguma oração? Alguma oficina que marcou?
Corrija. Acrescente. Risque. Reze sobre isso.
Este livro é seu — e só estará completo quando passar pelas suas mãos.”

 

 

📸 SUGESTÃO DE IMAGEM PARA ABRIR O CAPÍTULO:

Foto antiga de um círculo de estudo no chão de terra batida — João no meio, com Bíblia numa mão e caderno de anotações na outra. Ou foto da primeira “agência” do Banco Palmas — uma mesa de madeira na varanda de uma casa simples.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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