Ao fundo, uma rosácea em relevo positivo ornamenta o lado anverso da peça. À direita, em primeiro plano, uma faixa com a marca do Museu de Valores do Banco Central é acompanhada pelas legendas “50 Anos” & “1972-2022”. No canto inferior direito, vê-se a marca da CMB em relevo negativo.
Em destaque, a Cruz da Ordem de Cristo apresenta-se ladeada pelas 4 letras monetárias MMMM, que fazem referência ao Dobrão de 20.000 Réis. Logo abaixo, lê-se a citação de F. dos Santos Trigueiros, idealizador do Museu de Valores. Um detalhe de rosácea em relevo positivo, contornando o bordo do reverso, complementa a composição.
O Museu de Valores foi inaugurado em 1972, no Rio Janeiro, como parte das comemorações do Sesquicentenário da Independência. O processo de criação do Museu, porém, tem sua origem antes mesmo da criação do Banco Central.
Havia um Museu numismático na Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), cujo acervo foi todo passado ao Banco Central quando da sua criação, em 1965. Diante desse contexto, cogitou-se a criação de um museu voltado para documentar a evolução dos meios de pagamento, com o compromisso de preservação e divulgação do patrimônio cultural e da memória econômica do nosso país.
Em 1966, a Diretoria do Banco Central formalizou o processo de organização do Museu de Valores, do planejamento do espaço e da curadoria. A partir de então, foram incorporados acervos pertencentes à extinta Caixa de Amortização, à Casa da Moeda do Brasil e à Reserva-Ouro Brasileira. A coleção foi enriquecida com aquisições de importantes coleções particulares ao longo da década de 1970 e 1980. Algumas peças específicas foram adquiridas com o intuito de completar os conjuntos já existentes ou incluir peças de valor numismático relevante.
Com a construção do edifício-sede do Banco Central, em Brasília, o Museu de Valores também foi transferido para a capital federal, sendo reinaugurado em 8 de setembro de 1981.
Faz parte do acervo do Museu de Valores uma coleção de arte com 554 peças de valor museológico, incluindo pinturas, gravuras e esculturas de importantes artistas plásticos brasileiros, tais como Portinari, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. Quase todas as obras são fruto do processo de liquidação de bancos e foram incorporadas ao patrimônio do BC como parte da quitação das dívidas contraídas no socorro financeiro aos Bancos Halles e Áurea durante a década de 1970.
Cabe ressaltar que o Museu de Valores mantém relacionamento com instituições nacionais e internacionais, destacando-se a filiação ao International Council of Museums (ICOM), organização não-governamental vinculada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Em 50 anos de funcionamento, o Museu de Valores já atendeu mais de meio milhão de visitantes e centenas de pesquisas, além de ter uma política de empréstimo das obras de arte a importantes museus e instituições no Brasil e no exterior. Com cerca de 135 mil peças, trata-se de uma das coleções numismáticas públicas mais importantes e completas sobre a história econômica brasileira, que dificilmente poderá ser reunida, mantida e disponibilizada de forma gratuita ao público por outro colecionador ou mesmo por outro museu.
Museu de Valores do Banco Central do Brasil