Em primeiro plano, estão a representação gráfica de uma medalha de premiação e o título da emissão com a palavra “ÍDOLOS” destacada pela aplicação de textura. A fita da medalha apresenta as inscrições da era 2022 e a marca da CMB.
Em primeiro plano, à esquerda, está o portrait da homenageada em tampografia. Acima, a representação gráfica da medalha com a fita faz o link com o anverso e, abaixo dela, estão os nomes MARIA LENK e da modalidade esportiva que a consagrou. À direita, há a representação gráfica da Natação e, abaixo, a legenda RECORDISTA MUNDIAL.
Em 15 de janeiro de 1915, nasceram em São Paulo as gêmeas Herta Lenk e Maria Emma Hulda Lenk, filhas dos imigrantes alemães Lui Paul Lenk e Martha Rosa Lenk. Pouco mais de um ano depois, para tristeza da família Lenk, em março de 1916, veio a falecer Herta, que tinha a saúde mais fragilizada. Já Maria Lenk, com 10 anos, recuperou-se de uma grave pneumonia bilateral, o que fez o pai incentivá-la a nadar para fortalecer os pulmões e conservar sua saúde.
Os primeiros mergulhos foram no Rio Tietê, já que na época não havia piscinas para natação pelo Brasil. Aos 17, Maria nadava extraordinariamente em torneios e tornou-se a primeira mulher sul-americana a competir em Jogos Olímpicos. Sua participação em Los Angeles-1932 foi histórica e a brasileira só não alcançou um resultado expressivo porque a preparação não foi a ideal, especialmente pela longa viagem de navio, que durou 27 dias.
A participação nos Jogos de Berlim-1936 foi igualmente desafiadora por não conseguir treinar na viagem. No entanto, Maria destacou-se naquela competição, sendo a primeira mulher na história a usar o nado borboleta - oficializado como quarto estilo pela Federação Internacional de Natação (FINA) em 1956. Em 1939, na preparação para as Olimpíadas de Tóquio-1940, quebrou dois recordes mundiais: 400m e 200m de peito, tornando-se o primeiro (e único) atleta brasileiro entre homens e mulheres a estabelecer um recorde mundial de natação. Em razão da Segunda Guerra Mundial, os Jogos de 1940 e de 1944 foram cancelados, para decepção de Maria.
Maria seguiu nadando e se destacando, batendo campeãs mundiais e olímpicas e mais de quarenta recordes mundiais em várias faixas de idade na categoria masters. Em 1988, em reconhecimento aos seus feitos, entrou para o Hall da Fama da FINA. Em 16 de abril de 2007, aos 92 anos, Maria Lenk despediu-se da vida para a eternidade, majestosamente, quando nadava em uma piscina no Rio de Janeiro. Foi firme, longeva e pioneira, viveu a natação em todas as fases da vida. Levam seu nome o Parque Aquático construído para os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro-2007 e, também, o principal campeonato da natação brasileira, o Troféu Maria Lenk.
Arnaldo José da Silva Xavier
Especialista em Leitura e Produção Textual/UFF & Técnico Operacional/Casa da Moeda do Brasil