Portrait de Machado de Assis, em destaque. Junto temos a assinatura do escritor, a marca da Academia Brasileira de Letras e o período em que ele ocupou o cargo de Presidente da ABL, sendo o primeiro presidente da recém-criada Instituição, identificado com a seguinte legenda: “1º PRESIDENTE de 1897 a 1908”. Ao fundo da medalha temos uma composição formada com as iniciais ABL numa tipologia clássica serifada.
Portrait de Rui Barbosa, em destaque. Junto temos a assinatura do escritor e jurista, a marca da Academia Brasileira de Letras e o período em que ele ocupou o cargo de 2º Presidente da ABL, sucessor de Machado de Assis, identificado com a seguinte legenda: “2º PRESIDENTE de 1908 a 1919”. Ao fundo da medalha temos uma composição formada com as iniciais ABL numa tipologia clássica serifada.
Machado de Assis (1839-1908) e Rui Barbosa (1849-1923) são os dois primeiros presidentes da Academia Brasileira de Letras. A presença de ambos permanece viva e desafiadora. Ambos interpretaram o país, a realidade adjacente e suas potências. Machado de Assis mais sutil e silencioso; Rui Barbosa mais desabrido, no clarim de sua verve. Grandes leitores dos clássicos e contemporâneos. Rui optou por uma linguagem técnica ou erudita, mas soube ultrapassá-la ao compor a famosa Oração aos moços. Machado elaborou uma língua moderna, sem perder um leve sabor arcaico. Síntese expressiva mediante a qual redigiu nada menos que Brás Cubas e Dom Casmurro. Rui Barbosa lançou as bases da República, a defesa da democracia, do federalismo e da justiça. Machado de Assis mudou a face da literatura brasileira, imprimiu-lhe nova estrutura, deu-lhe um percurso distinto. Os nomes de Rui Barbosa e Machado pertencem ao imaginário de nossa gente. E, no entanto, se tornaram cidadãos universais, cujas respectivas obras constituem patrimônio imaterial da Humanidade.
Marco Lucchesi