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Museu de Arte da Bahia

Nome Original: Museu de Arte da Bahia (MAB)

Tipo: Museu

Localização: Salvador - Bahia, Brasil

Email: contato@mab.ba.gov.br

Site: https://mab.ba.gov.br/

História e Papel Cultural

O Museu de Arte da Bahia (MAB) foi criado em 23 de julho de 1918, pela Lei nº 1.255, durante o governo de Antônio Muniz Sodré de Aragão, sob a denominação de Museu do Estado da Bahia. É a primeira instituição museológica do estado e uma das dez primeiras do Brasil. Inicialmente concebido como museu enciclopédico, atuou como depositário do patrimônio histórico, etnográfico, científico e artístico da Bahia, funcionando como anexo do Arquivo Público da Bahia, criado em 1890. Em 1920, o Decreto nº 2.220 regulamentou sua estrutura, incluindo seções de etnologia, numismática e história. Em 1925, durante o governo de Góes Calmon, recebeu a coleção Jonathas Abbott, que originou a pinacoteca, passando a denominar-se Museu da Bahia. Em 1930, a coleção de arte tornou-se independente como Pinacoteca do Estado da Bahia, aberta ao público em 1931 no Solar Pacífico Pereira. Em 1933, elevou-se à inspetoria como Pinacoteca e Museu do Estado. Em 1943, incorporou a coleção de Góes Calmon e, em 1946, foi transferido para o Palacete Góes Calmon. Em 1959, a coleção de arte moderna foi desmembrada para formar o Museu de Arte Moderna da Bahia. Em 1970, foi reaberto como Museu de Arte da Bahia após ampla reforma. Em 1982, transferiu-se para o Palácio da Vitória, edificação neocolonial construída entre 1924 e 1927 em Salvador, reinaugurada em 5 de novembro de 1982, incorporando elementos históricos como a portada de 1674 do Solar João de Aguiar Matos e azulejos portugueses. O museu atua como importante centro cultural, educacional e de preservação da arte baiana, promovendo exposições, cursos, conferências, apresentações musicais e exibições cinematográficas, contribuindo para a valorização da escola baiana de artes visuais e decorativas.

Acervo Numismático

O acervo do Museu de Arte da Bahia compreende aproximadamente 13.686 peças de valor histórico e artístico, reunindo coleções formadas desde meados do século XIX. Inclui pinturas da escola baiana e estrangeiras do século XVI em diante, imaginária colonial, artes decorativas brasileiras, europeias e orientais, porcelanas chinesas da Dinastia Qing, prataria e ourivesaria dos séculos XVIII e XIX, mobiliário baiano em jacarandá e vinhático nos estilos barroco e neoclássico, têxteis, indumentárias, desenhos, gravuras, vidros, cristais e um vasto acervo documental com cerca de 6.200 itens, entre fotografias, mapas, correspondências e postais. A biblioteca conta com cerca de 12.000 volumes, hemeroteca com mais de 15.000 recortes e mais de 260 títulos de periódicos. A coleção numismática, originalmente uma seção principal reorganizada em 1925 como gabinete numismático, é composta por moedas, medalhas e cédulas que refletem a história econômica da Bahia e do Brasil, integrando-se ao acervo diversificado e contextualizando o desenvolvimento socioeconômico regional. Entre os destaques estão obras de José Joaquim da Rocha, José Teófilo de Jesus, Manuel Lopes Rodrigues e Francisco de Goya (atribuído), porcelanas como o Serviço dos Pavões e peças da família rosa, esculturas em marfim de Goa e Ceilão e mobiliário como cômodas rococó e cadeiras estilo D. João V.

Preservação e Gestão

A preservação do acervo do MAB segue protocolos técnicos de conservação museológica, assegurando a integridade das obras e documentos. Foram realizadas restaurações significativas, como as de 90% das obras sobre papel e 50% das pinturas na década de 1990, além de manutenções periódicas no edifício histórico do Palácio da Vitória. O museu passou por reformas estruturais em 1970, 1982 e entre 1991 e 1993, com atualização das redes elétrica e hidráulica. A gestão é pública, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), responsáveis por políticas de preservação, exposições, atividades culturais e ampliação do acervo, com foco na arte baiana do século XX, escultura e artes decorativas. Em 1994 e 1995, foram implementadas adaptações de climatização para aprimorar a conservação do acervo.

Educação e Projetos

O Museu de Arte da Bahia mantém ampla programação educativa e cultural, com exposições permanentes e temporárias, cursos, ciclos de palestras, oficinas, apresentações musicais e sessões de cinema. A biblioteca especializada, com cerca de 12.000 volumes, oferece suporte à pesquisa acadêmica e escolar. Suas ações educativas promovem o conhecimento da história da arte e da cultura baiana, incentivando a participação da comunidade local e de visitantes. Entre os projetos realizados destacam-se o Salão Baiano de Belas Artes, nas décadas de 1930 e 1940, mostras itinerantes, circuitos expositivos independentes e propostas contemporâneas de expansão, incluindo a construção de anexo com teatro, café e pátio musical. A curadoria recente prioriza a inclusão e a pluralidade de narrativas, como a valorização da movelaria e de artistas baianos.

Gestões e Gestores

A administração do Museu de Arte da Bahia contou com personalidades de destaque na história cultural do estado. O historiador Francisco Borges de Barros foi o primeiro diretor (1918–1930), responsável pela estruturação inicial da instituição. Entre os gestores subsequentes destacam-se Gabriel Inácio Godinho, Antonio de Araújo Bulcão Sobrinho e Guiomar Carvalho Florence, nos anos 1930; José Antônio do Prado Valladares (1939–1959), historiador e crítico de arte que iniciou a catalogação e criou o Salão Baiano de Belas Artes; Carlos Eduardo da Rocha (1959–1974); o artista plástico Emanoel Araújo, que dirigiu o museu na década de 1980, transferindo-o para a sede atual e coordenando importantes restaurações; e Sylvia Athayde, que assumiu a direção em 1991, promovendo projetos de revitalização, restauração e expansão institucional.

Reconhecimento e Impacto

O Museu de Arte da Bahia é reconhecido como uma das instituições museológicas mais relevantes do Nordeste brasileiro e o mais antigo museu de arte da Bahia. Seu impacto cultural é expressivo na valorização da arte e da identidade baiana, contribuindo para a difusão do patrimônio artístico e histórico nacional. O MAB destacou-se pela organização do Salão Baiano de Belas Artes e pela participação em exposições nacionais, como "Arte Italiana em Coleções Brasileiras" no MASP (1996–1997). É referência acadêmica e museológica, integrando roteiros turísticos e educacionais e sendo citado em publicações especializadas, como "Museus para o Povo", consolidando-se como agente pedagógico na preservação da memória cultural da Bahia.

Premiações

O Museu de Arte da Bahia (MAB) sedia e é parceiro de importantes premiações culturais, como o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, considerado um dos maiores concursos para trabalhos fotográficos do Brasil, realizado em parceria com a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e a Fundação Pierre Verger, com edições como a 9ª em 2021, que promoveu exposições coletivas e premiações em dinheiro para os vencedores nas categorias obra e ensaio. O MAB também foi palco da entrega do Prêmio Alice Bottas em 2020, homenageando personalidades locais e vinculadas à cultura baiana. Além disso, o museu sediou eventos como o Prêmio Mulheres nas Ciências em 2023, evidenciando seu papel como espaço de destaque para premiações culturais e científicas na Bahia. Embora não possua registro de prêmios específicos concedidos diretamente à instituição, sua relevância e suporte a esses eventos reforçam sua importância no cenário cultural regional.

Patrocinadores e Doadores

O Museu de Arte da Bahia é mantido principalmente pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA). Recebe apoio institucional e técnico do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e de parceiros privados em projetos específicos. Entre os apoios históricos destacam-se a Odebrecht, responsável pela climatização do edifício em 1994, e o governo estadual, que viabilizou a reserva técnica em 1995. A formação do acervo contou com doações de colecionadores e patronos, incluindo Jonathas Abbott (coleção adquirida em 1871), Góes Calmon (1943) e José Pedreira (doação póstuma em 1982 com cerca de 50 peças). Também foram realizadas aquisições públicas e incentivos estaduais para ampliação de núcleos temáticos, como o de têxteis na década de 1990.

Fontes e Referências

https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_de_Arte_da_Bahia; https://revistas.uneb.br/index.php/nhipe/article/download/10538/7449/29359; https://guiademuseus.com.br/museu-de-arte-da-bahia; https://www.bahianoiteedia.com.br/museu-de-arte-da-bahia-guarda-uma-valiosa-colecao


Data de Cadastro: 2025-09-26 11:52:42

Possui Tour Virtual: Não