Por Oswaldo Rodrigues
A numismática, o estudo e colecionismo de moedas, cédulas e medalhas, tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil, movimentando milhões e despertando paixões que atravessam gerações. Para entender melhor esse universo fascinante, conversamos com Gabriel Germinário, um jovem colecionador que vem se destacando no cenário numismático nacional.
Oswaldo Rodrigues: Gabriel, como começou seu interesse pelo colecionismo de moedas?
Gabriel Germinário: Meu interesse começou muito cedo, aos 8 anos, quando meu pai, Marcelo Germinário, que é comerciante de moedas, me levou a eventos da Sociedade Numismática Brasileira (SNB). Aos 10 anos, já era o associado mais jovem e comecei minha coleção. Hoje, tenho mais de 100 peças, incluindo moedas romanas anteriores a Cristo. Para mim, é fascinante ter história em casa, pois cada moeda conta uma narrativa única3.
Oswaldo Rodrigues: O que faz da numismática uma atividade tão especial?
Gabriel Germinário: A numismática vai além do valor monetário das peças. Ela é uma forma tangível de aprender história, geografia e cultura. Muitas moedas retratam períodos e personagens históricos que só conhecemos por livros. Por exemplo, a moeda da Coroação de Dom Pedro I, que é uma das mais raras do Brasil, tem uma história política e cultural muito rica. Isso desperta um interesse que une conhecimento e paixão3.
Oswaldo Rodrigues: Como você vê o mercado numismático no Brasil atualmente?
Gabriel Germinário: O mercado brasileiro está crescendo, embora ainda seja pouco explorado comparado a outros países. A SNB tem cerca de 800 sócios e eventos que reúnem colecionadores de diferentes perfis, desde investidores até entusiastas da cultura por trás das moedas. O uso das redes sociais e leilões online tem facilitado o acesso e a comercialização, inclusive para jovens colecionadores como eu. Meu pai me ensina a negociar e participar desses leilões, o que me prepara para o futuro no ramo3.
Oswaldo Rodrigues: Qual é o papel das mulheres na numismática?
Gabriel Germinário: Embora o mercado tenha sido historicamente masculino, há um crescimento significativo da participação feminina. Mulheres como Mariana Campos, diretora comercial da SNB, têm liderado movimentos para tornar esse espaço mais inclusivo. Hoje, cerca de 3,6% dos sócios da SNB são mulheres, um número pequeno, mas que vem aumentando graças a iniciativas de grupos e eventos que promovem a diversidade no colecionismo3.
Oswaldo Rodrigues: Que conselho você daria para quem quer começar a colecionar moedas?
Gabriel Germinário: Comece com curiosidade e paciência. Não precisa investir grandes quantias no início. Busque aprender sobre a história das moedas, participe de eventos, converse com outros colecionadores e aproveite as plataformas de leilões. O mais importante é gostar da história que cada peça representa, pois isso torna o colecionismo uma experiência enriquecedora e duradoura3.
A trajetória de Gabriel Germinário exemplifica como a numismática pode ser uma ponte entre passado e presente, unindo gerações em torno do conhecimento e da paixão por moedas. Seu entusiasmo e dedicação indicam que o futuro do colecionismo no Brasil está em boas mãos.
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