Por Osvaldo Rodrigues — Sociedade Numismática Brasileira
A Sociedade Numismática Brasileira (SNB) orgulha-se em apresentar mais um capítulo da série Entrevistas com Numismatas, promovendo diálogos essenciais para compreender a história e os sentimentos que movem a comunidade numismática nacional. Nesta edição, recebemos Ana Nóbrega, colecionadora dedicada, pesquisadora e participante ativa da cultura numismática.
Ana compartilhou que sua história no colecionismo de moedas começou cedo, impulsionada pela tradição familiar. Desde criança, conviveu com objetos antigos e moedas nas feiras de antiguidade da família. “Minha mãe mantinha uma loja de antiguidades e sempre surgiam moedas no meio dos objetos”, contou Ana, recordando seu encantamento precoce com as peças metálicas que atravessaram o tempo.
A partir desse contato, a paixão amadureceu, e logo Ana percebeu que, além de guardar as moedas, era preciso aprender sobre elas. Esse aprendizado se consolidou frequentando o Clube Filatélico e Numismático de Sorocaba e visitando a tradicional Praça da República, em São Paulo, ponto de encontro dominical de colecionadores e comerciantes.
Ana destacou a relevância dos encontros presenciais e da convivência entre colecionadores. “A numismática não se resume às peças; ela é feita de histórias e amizades. Os encontros na SNB e nas feiras sempre foram momentos de troca, aprendizado e construção de laços”, disse.
Mesmo com as limitações dos últimos anos, Ana reconhece o valor dos leilões virtuais e encontros online, mas reforça que os encontros presenciais são insubstituíveis para manter vivo o espírito comunitário que marca a numismática brasileira.
Apaixonada pelas moedas imperiais e pelas medalhas brasileiras, Ana revelou que sua coleção é diversificada. Além das moedas, inclui cédulas, medalhas comemorativas e objetos relacionados à história da família imperial brasileira.
Sua pesquisa é alimentada por uma extensa biblioteca particular, que já ultrapassa dois mil volumes. “Sem estudo, não há coleção consistente. Leio muito sobre numismática, história e genealogia, que ajudam a contextualizar cada peça que coleciono”, explicou.
Ao longo da conversa, Ana homenageou nomes históricos da numismática brasileira, lembrando a importância de respeitar e divulgar o legado deixado por estudiosos como Visconde de Cavalcanti, Padre Arnaldo Russo, Saturnino de Souza e Doutor Wilson Norato. “Foi graças a esses pioneiros que temos hoje catálogos, publicações e referências fundamentais para qualquer colecionador”, ressaltou.
Ana enfatizou a necessidade de valorizar as publicações numismáticas e fomentar o acesso à informação, tanto impressa quanto digital. Para ela, a revitalização da Revista Numismática da SNB e a edição de novos catálogos são essenciais para preservar o conhecimento e estimular novos colecionadores.
Como conselho aos iniciantes, reforçou: “Antes de investir em moedas, invista em livros. Estudar é o primeiro passo para evitar erros e valorizar sua coleção.”
A entrevista encerrou-se com Ana destacando a importância da paixão e da amizade na numismática. “Colecionar moedas não é só acumular objetos; é construir pontes com a história e com as pessoas que compartilham do mesmo amor”, concluiu.
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