A numismática no Brasil é um universo rico e multifacetado que vai muito além da simples coleção de moedas. A entrevista com Arthur Troppmair, membro ativo da Sociedade Numismática Brasileira, revela uma trajetória marcada pela paixão, pelo estudo e pela valorização das medalhas como verdadeiros monumentos portáteis da história nacional.
Arthur iniciou seu interesse pelo colecionismo ainda na década de 1980, quando recebeu medalhas do seu avô, despertando uma curiosidade que se transformaria em uma dedicação profunda ao longo dos anos. Sua carreira jurídica, especialmente ligada ao setor bancário, influenciou sua preferência por temas relacionados a bancos e cavalos, refletidos em sua coleção particular.
Foi no início dos anos 2000 que Arthur teve seu contato mais próximo com a Sociedade Numismática Brasileira, por meio de um cliente que o apresentou ao ambiente dos leilões e encontros de colecionadores. Esse contato ampliou seu conhecimento e acesso a medalhas raras e importantes, além de permitir a construção de uma rede de relacionamentos com outros colecionadores e especialistas, como Cláudio Mattos, autor do influente "Livro das Medalhas Brasileiras".
Para Arthur, as medalhas representam muito mais do que objetos colecionáveis; são verdadeiras obras de arte que carregam detalhes minuciosos e histórias fascinantes. Ele destaca a qualidade artística das medalhas produzidas no Brasil, especialmente as criadas pelo gravador Augusto Girardi, que marcou o início do século XX com peças de grande riqueza técnica e estética.
Ao longo da entrevista, Arthur enfatiza que colecionar sem conhecimento é como juntar objetos sem sentido. O estudo das medalhas, seus processos de fabricação e seus contextos históricos são fundamentais para valorizar e entender cada peça. O livro de Cláudio Mattos, por exemplo, foi um divisor de águas para muitos colecionadores, oferecendo informações essenciais e referências para avaliação.
Arthur compartilha exemplos de peças únicas em sua coleção, como provas em porcelana e medalhas comemorativas da série presidencial, que ilustram a diversidade e a riqueza do acervo numismático brasileiro. Ele também explica a diferença entre moedas e medalhas no que diz respeito à legislação e produção, destacando que as medalhas podem ser cunhadas sem a necessidade de lei específica, o que facilita sua criação e circulação.
Mais do que um hobby, a numismática para Arthur é uma forma de carregar um pedaço da história no bolso, um museuzinho pessoal que conecta passado e presente. A atenção aos detalhes, a apreciação da arte e a convivência com outros colecionadores tornam essa atividade uma experiência cultural rica e gratificante.
Este artigo complementa o vídeo da entrevista de Arthur Troppmair no NumisPlay, oferecendo uma visão aprofundada sobre o colecionismo de medalhas no Brasil, a importância do conhecimento técnico e histórico, e o valor afetivo que essas peças carregam para seus guardiões. A numismática, como demonstrado por Arthur, é uma ponte entre arte, história e amizade, que merece ser conhecida e valorizada por todos.
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