Entrevistador: Osvaldo Rodrigues
Participação: Bernardo Bihr
Nesta edição da série de entrevistas da Sociedade Numismática Brasileira, Osvaldo Rodrigues conversa com Bernardo Bihr, jovem colecionador de Florianópolis, que compartilha sua trajetória, visão e organização na numismática. A entrevista trouxe reflexões importantes sobre formação de acervo, estudo, preservação e o cenário atual do colecionismo brasileiro.
Bernardo contou que começou a colecionar em 2012, quando ganhou de seu avô um pote de moedas de viagens. Curioso, passou a separar e identificar as peças, diferenciando moedas, medalhas e fichas. Logo associou-se à Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina, onde teve contato com colecionadores experientes e iniciou suas primeiras aquisições.
Seguindo a recomendação dos colegas, adquiriu seu primeiro catálogo — a edição de 2012 do Catálogo de Moedas Brasileiras de Cláudio Amato. A partir desse material, começou a organizar sua coleção, estudar estados de conservação, preços e a história das moedas.
Bernardo é formado em Direito e realizou seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre os impactos jurídicos do crime de falsificação de moedas. A pesquisa incluiu aspectos técnicos e históricos, integrando sua paixão pela numismática com a área jurídica.
Atualmente, Bernardo possui cerca de 8.000 peças, entre moedas, medalhas e algumas cédulas. Prefere armazená-las em envelopes de papel com identificação completa — valor, data, origem e estado de conservação — guardadas em gaveteiros específicos. Algumas peças especiais, como moedas de cerâmica alemãs e medalhas de guerra, são armazenadas com cuidados adicionais.
Associado desde 2012 à Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina, Bernardo destaca a importância das entidades para troca de informações, aquisição de peças e formação técnica. Sempre que possível, participa de congressos e acompanha as publicações da Sociedade Numismática Brasileira.
Bernardo apresentou três peças com valor afetivo e histórico especial:
10 Marcos de 1972 – Alemanha, presente de seu avô.
1.000 Réis 1887-A com carimbo comemorativo dos 100 anos da República, peça rara e numerada.
Moeda de cerâmica alemã da época das guerras.
Falsa de época 2.000 Réis 1924, cunhada sobre 20 Réis da República.
Bernardo recomendou:
Adquirir bons catálogos atualizados.
Organizar as peças com informações completas.
Participar de associações e trocar experiências com colecionadores.
Valorizar o estudo da história associada às moedas, não apenas o metal.
O colecionador ressaltou que a numismática vai além do valor comercial. É memória, história e cultura preservadas em pequenos pedaços de metal ou cerâmica. Incentivou a comunidade a documentar e expor suas coleções, e destacou a importância das sociedades numismáticas para manter o colecionismo vivo e organizado.
A entrevista reforçou que, mesmo em um ambiente predominantemente comercial, a numismática brasileira conta com colecionadores apaixonados pelo estudo e pela preservação da história. Bernardo Bihr é exemplo de dedicação e organização, combinando juventude e método na formação de seu acervo.
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